Detox das redes sociais – Diário parte 1

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Andava há tempos incomodada com a minha frequência de acessos às redes sociais e blogs. Acessava muitas vezes por dia, perdia tempo lendo bobagens, ficando nervosa com elas, mas não parava de acessar. Aquela coisa contraditória de não conseguir deixar algo que te faz mal. E faz mesmo.

Só que ontem eu consegui. Não deletei minhas contas por que preciso de pelo menos uma delas por conta do meu trabalho, mas excluí todos os apps do celular que é de onde mais acesso.

Eu não fazia ideia do quanto rede social pode ser viciante. Toda hora ontem pegava o celular e quando abria via aquele vazio na tela inicial e dai me lembrava da resolução. É tudo tão automático que você nem pensa. Mas consegui.

Hoje já é o segundo dia. Não está mais fácil. Porem ainda firme na decisão. Minha ideia é ir assim como no AA “um dia de cada vez” até chegar o momento em que simplesmente vou excluir a minha conta sem sentir falta de nada. Pois hoje em dia sim eu sinto falta de viver, de ser gente e não um perfil. De olhar nos olhos, de ler…

Primeiro passo dado.

=)

Sobre não respeitar o diferente – Parte I

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Eu queria escrever sobre a nossa dificuldade em aceitar o diferente. Em como só sabemos medir pela nossa régua.

Há tempos venho buscando uma vida mais simples e sem excessos. Por conta disso doei alguns móveis, roupas, sapatos, maquiagem e fiz algumas opções de vida tais como andar mais a pé (minha intenção é deixar de ter carro um dia), tentar produzir o mínimo possível de lixo, economizar água, deixar de comer animais que possuem glândula pineal, me espiritualizar mais, selecionar melhor minhas leituras, bem como programas de Tv entre outros.

Percebi que ao fazer 40 anos fiquei mais reflexiva e, pode soar esquisito por conta do adiantando da idade, e nada imediatista. Penso a longo prazo. Passei por uma mini crise, todavia ela, ao invés de me deixar depressiva, me mostrou que em cada idade existe uma beleza diferente. E se antes eu fazia atividade física e cuidava da alimentação pensando somente na estética, hoje penso em saúde. Em estar bem pra terminar de criar meu filho e quem sabe poder ver meus netos. Em estar com pique pra curtir meu marido, fazer trabalhos voluntários e por ai vai. Se antes me preocupava com as rugas que surgiram hoje olho pra elas com amor, pois sei o que cada uma delas significa.

Estas mudanças não brotaram de um dia pro outro. É todo um amadurecimento de ideias e pensamentos que começou por dentro e daí se exteriorizou, por que o movimento contrário não produz efeitos duradouros. Trata-se somente de uma mascara difícil de carregar por muito tempo e uma hora ela cai.

Por conta destas mudanças tenho enfrentado situações difíceis. Sinto que muitas vezes as pessoas me olham como se eu fosse um ET ou uma louca simplesmente por não entenderem que prefiro andar na contramão do que vejo por ai. Não me interessa mais morar em um apartamento gigante se um pequeno me acolhe da mesma forma. Nele podemos ficar mais perto uns dos outros, há menos espaço e coisas pra limpar me deixando assim com tempo livre pra fazer coisas que me dão imenso prazer. Também não precisamos de dois carros na garagem. Um só nos serve muito bem. Embora eu goste bastante de viajar, sempre vou escolher os lugares que ninguém quer ir. Não me interessa viajar para lugar X só por que todo mundo vai.

Não quero passar por esta vida somente pensando em acumular coisas e morrendo de trabalhar pra manter um padrão de vida bobo. Quero ter o coração tranquilo e estar em paz. Pra mim, pra minha verdade, ter uma mochila pesada não funciona. Basta o necessário. Por que quanto mais temos mais energia e tempo gastamos tentando manter. E eu definitivamente não quero gastar as coisas mais valiosas que possuo – tempo e energia – com a materialidade. Não mesmo.

Preciso agora só aprender a não me incomodar com a reprovação alheia. Por mais que diga que não ligo com o que pensam a meu respeito ainda tenho a dificuldade de querer me fazer entender no que se refere ao meu novo estilo de vida. Esta é uma batalha que travo no meu íntimo.

Ontem li um quote no facebook que dizia: “a vida do outro não te interessa. A única vida que você deve cuidar é da sua.” E não é bem assim? Se você encontra um estilo de vida diferente do seu apenas respeite. A única vida que você tem o dever de julgar é a sua. Saiba que cada um busca para si o que melhor lhe parece e se adéqua a seus gostos. Cada um trava batalhas imensas tentando encontrar uma maneira de viver melhor e não temos o direito de julgar, escarnecer ou diminuir.

Nestas eleições provamos o pior das pessoas. Elas mostraram o pior de si. E eu não acho mesmo que seja por conta do desagrado da não eleição do seu candidato, mas sim por que elas já são assim e acabaram se mostrando. Simplesmente não conseguem conviver com o desagrado e daí destilam os piores venenos e nesta minha busca pelo viver ideal abri mão de conviver com pessoas assim, pois me faz muito mal. Mas isso continuo em outro post.

Sigo adiante com minhas escolhas e suas consequências. Quero partir daqui quando chegar a minha hora, com o peito leve, mas cheio do Ser. O tempo do Ter já passou.

É isso!

Quem se conforma não se transforma.

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“Você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único. Tenho a esperança de que um dia você se juntará a nós e o mundo será como um só.”

Quem se conforma não se transforma. E se não muda não muda o mundo. A maior empreitada que existe é aquela que também é a mais sofrida: a mudança interna. Esta danada machuca, arde, rasga, mas quando notamos as primeiras mudanças de pensamento olhamos pras cicatrizes com amor, pois são marcas de vitória. Vitória sobre nós mesmos.

Por isso eu digo que se nos conformarmos com tudo e não questionarmos, nada muda. Nem a gente e nem a nossa realidade. Imagine se grandes inventores da humanidade dissessem a si mesmos: “Ah o mundo é assim mesmo. Pra que mudar? Pra que refletir? Pra que questionar?” ainda estaríamos vivendo como na idade média ou até mais atrasados. Gente inconformada e que busca mudanças é como óleo na engrenagem da roda da vida: faz ela girar. E isso beneficia a nós todos.

Por isso não se acomode. Não viva um dia de cada vez aceitando e engolindo goela abaixo tudo o que te empurram como a verdade absoluta. Conteste. Pergunte. Reflita. Raciocine. E mude o que achar que deve. Não tenha medo do que achem de você. Como John Lennon disse na canção: “Você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único.” Não. Você não é o único. Existem muitos iguais a nós por ai que querem e buscam curar as feridas do mundo fazendo um pouquinho, o que dão conta.

Ser inconformado não é ser alguém sem esperanças. È ser alguém que vê oportunidade de agir nas situações que muitos veem como imutáveis. É ser esperança. E querer a paz acima de tudo. É querer ver as pessoas felizes. É agir para isso. É ser altruísta, otimista, resiliente… Tanta coisa boa pode sair de alguém que não se conforma com a vida.

E assim eu sigo. Puxando o cordão dos inconformados. Caminhando ao lado daqueles que querem mudar a si mesmos e depois a realidade em que vive para em seguida curar os corações sofridos. Há muito trabalho a ser feito. Quem vem?

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Reflexões

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Domingo acabando, nova semana cheia de desafios chegando… Testes de paciência e resignação também. Hoje cedo marido e eu resolvemos sair pra fazer compra – coisa pouca – a pé. Deixamos o carro na garagem, filho assistindo tv e saímos de mãos dadas, conversando sobre a vida e foi o ponto alto do meu dia. Eu dizia pra ele que a vida anda tão sem sentido, que as coisas andam muito difíceis, que tudo está caro e que somos como gado que pastam, pastam e são abatidos. Me deu um desanimo de viver. =(

Um dia lá no curso na CE uma expositora fez uma pergunta assim: “Se a morte chegasse pra você e te pedisse pra apontar tres motivos justos pra você continuar vivendo, mas nenhum deles poderia ser relacionado a família, filhos e trabalho, o que você diria?” Eu fiquei sem palavras. Eu não tenho outros motivos. Eu não tenho uma obra de vida! Não reservo uma hora que seja do meu dia ou semana pra me doar a alguém. Pra fazer algo sem pensar em pagamento. Só vivo pra trabalhar, trabalhar e trabalhar.

Dai eu fico me perguntando onde vamos parar. Por que cada dia que passa tudo fica pior, mais apertado, a gente tem que trabalhar mais e mais pra poder viver com dignidade e pouco faz pelo proximo… Eu já ando ha tempos simplificando a minha vida por opção, por não dar conta dos excessos, mas ainda assim sinto a pressão de ter que continuar trabalhando várias horas, buscando algo que nem sei o que é e que não faz sentido nenhum. Que coisa, viu?

O que me salva, e salva muita gente que pensa como eu, é a religião. É a confiança no porvir. O ver a vida como uma escola. É saber que a vida é assim mesmo cheia de altos e baixos e que não posso me dar o direito de reclamar de nada se tem muitas pessoas em situação de vida infinitamente inferior a minha, com dificuldades que sequer imagino existir e se forçam a continuar caminhando.

Esta inconformação, esse sentimento de inadequação, esse bichinho que me roe por dentro me acompanha desde que me entendo por gente. E tem dias que ele faz um estrago tão grande. Mas em outros ele me mostra que ser assim é estar vivo. E questionar a ordem vigente faz crescer. Por mais que muitas vezes me ache “gado” sinto também que posso levantar a cabeça e deixar de viver assim.

Enfim, ideias que brotam na minha cabeça e ficam fazendo samba no meu cerebro. =) É isso!

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A limpa parte 387665

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Desde que resolvi mudar hábitos de consumo e estilo de vida buscando a simplicidade e o minimalismo, venho fazendo pequenas “limpas” no meu armário de roupas já que foi a partir dele que percebi que não demoraria nada e eu seria engolida por tanta roupa-sapato-roupa-maquiagem. Sempre que me dá o ensejo eu vou lá e tiro uma coisa ou outra para doação. As vezes sou bem desapegada e tiro muita coisa de uma vez só, mas é incrível como o volume de roupa não abaixa. 

Algumas pessoas acham que ter um armário recheado quer dizer zero problema na hora de se vestir. Ledo engano. Acontece exatamente o contrário: você olha para aquele mundaréu de roupa e não sabe o que fazer, o que combinar com o que… Como minhas compras não eram planejadas eu acabava adquirindo muitas peças que não conversavam entre si tendo muita variedade e pouca qualidade uma vez que um modelo de blusa não ficava bem a calça x ou o vestido tinha estampa demais para o momento que precisava e por ai vai.

Pra poder acabar com essa peleja eu resolvi tirar um tempo pra tentar arrumar isso. Vou passar na costureira que tem varias peças reformadas minhas pra entregar e dai vou exercitar meu viés organizadora desapegada e fazer conjuntinhos e colocar junto no mesmo cabide – nem que seja só pra poder visualizar o que realmente vale a pena manter e depois separo novamente – e assim saber o que casa com o que otimizando meu tempo na hora de vestir e, em contrapartida, diminuindo a quantidade de roupa que tenho.

E farei isso sozinha!! Sei que existem pessoas que trabalham com isso de ajudar outras a encontrar seu estilo, arrumar o guarda roupa e tal, mas confesso que tenho uma reserva em relação a isso (além de ser muito caro pras minhas posses) e eu explico qual é. Cada um tem um gosto diferente e podemos descobrir isso sozinhos. Ninguem precisou me dizer que eu me sinto bem e, consequentemente bonita, usando calça jeans clara e camiseta. Ou que meu corte de cabelo desgrenhado e com as luzes vencidas não me cai bem se eu estou feliz assim. Eu sou baixinha, mas amo um vestido longo e por que não posso usá-lo? Não preciso de ninguem me dizendo que cor x não cai bem pro meu tom de pele se eu fico radiante por dentro usando a tal cor. O que quero dizer é que, se deixarmos nosso armario na mão de algum profissional que cuida da imagem das pessoas, certamente estaremos bem vestidas pras outras pessoas, mas não pra nós mesmas. Seremos uma imagem e não uma pessoa. E eu não quero ou preciso disso na minha vida.

Minha vontade é só comprar menos, comprar certo e só quando precisar de verdade. Então não preciso de ajuda a não ser a minha mesmo. =) 

Tomara que eu consiga executar em dois dias tudo que preciso fazer, separar só o que realmente uso e descartar todo o resto. Fazer com que essa ação, que sempre se origina no meu armário, migre também pra minha vida, pois há muito sentimento, pessoas, situações que precisam urgentemente serem descartadas e seus lugares costurados para sempre. Pras roupas existem as costureiras, mas pro coração… Ah esse a gente tem que costurar sozinha!! 

 

 

ORGANIZAÇÃO

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Confesso que sou excelente faxineira, mas uma negação no que se refere à organização e todas as minhas tentativas de tentar implementar um pouco de ordem acabam não sendo muito eficientes. Na busca por aprender, pelo menos um pouco, como conseguir organizar minhas coisas eu acabo lendo muitos blogs que falam do assunto. Todavia, acho que as técnicas de organização que ensinam não serve para todo mundo. Como leio muito, logo percebo pequenas ciladas: se tenho que comprar alguma coisa pra poder organizar eu já fujo. Pra quem, como eu tem coisa demais, isso não dá certo. Seria colocar mais um objeto no meio do caos.

Eu trabalho de 06:30 as 19:00 de segunda a sexta feira. Tenho as noites de terças e quartas ocupadas com estudos na internet e na casa espirita que frequento. Chego em casa bem cansada e não tenho pique nenhum para fazer nada. Chego, cumprimento e converso um pouco com meu filho, brinco com minhas cachorras, tomo um café e me deito um pouco pra conversar com meu marido. Apesar de começarmos e terminarmos o dia juntos, precisamos de um tempo pra falar amenidades, brincar, enfim, ter um tempinho pra nós dois, mas que não seja relacionado ao trabalho (preciso me desligar do labor à noite, pois como cuido de crianças pequenas meu nível de stress é altíssimo).

Bem, depois disso tudo que relatei no paragrafo acima, eu não tenho vontade nem forças de lavar um garfo sequer. E sofro demais por conta disso. Se conseguisse arrumar um pouco do apartamento todo dia não acumularia tanta coisa pra limpar/organizar no dia da minha folga. Assim sendo, eu tenho duas saídas: Me conformar em ter que passar o sábado inteiro limpando/lavando/arrumando ou uso o restinho de minhas forças toda noite e faço um pouco cada dia. Escolhi a segunda opção e vou tentar colocá-la em prática ainda essa semana. Como só tenho 3 noites livres pra fazer isso terei, obrigatoriamente, que diminuir meu grau de exigência. Uma sensação que amo é aquela de sentir meu apartamento cheiroso e todos os ambientes limpos no mesmo dia. Banheiros lavados, produto cheiroso no piso, lustra moveis perfumado passado nos móveis e nas portas, roupa com amaciante secando no varal… Essa combinação me deixa muito feliz, mas vou ter que abrir mão dela se quero ter um tempinho pra me refestelar na espreguiçadeira do clube aos sábados. Por certo, meu cantinho não vai mais ficar como descrevi acima, entretanto vou ganhar em qualidade de vida.

Uma das coisas que me obrigou a mudar o rumo foi o cansaço. Ando esgotada. Esse ano não foi um ano muito fácil – na verdade foi muito muito difícil – e como tivemos poucos feriados caindo em dias da semana, meu esgotamento se adiantou. Desde agosto que me sinto insatisfeita e sobrecarregada. Precisava dar um jeito, ajustar minhas prioridades, me livrar dos excessos pra conseguir respirar um pouco. Por isso que martelo tanto na tecla de que, pra mim, vida feliz hoje é morar em um lugar com espaço suficiente para três pessoas. Nem mais nem menos…

Vou começar minha nova rotina hoje e se der certo conto aqui. Tem que dar certo! Pra esse momento, morando nesse apartamento gigante é a única solução pra que eu ainda possa continuar vivendo com saúde!

PROGRESSOS

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Quando criei este blog a primeira intenção era registrar minha mudança. Queria passar de consumista a pessoa centralizada e com foco. Dai, no meio do caminho muita coisa foi acontecendo e a vontade de escrever sobre foi tomando conta de mim. De certa forma o blog serviu – e ainda serve – como um local onde posso desabafar e falar das minhas impressões sobre diversos assuntos.

Mas de uns tempos pra cá tenho mudado muito. Não tenho dado conta de coisas em excesso ao ponto de me dar coceira, crises de rinite ao simples pensamento de relacionado a esse tema. E pra piorar (ou melhorar) minha situação tenho visto através de programas de TV o que o acúmulo faz com a vida das pessoas. Elas perdem a noção de si mesmas dominadas pelo desejo desenfreado de possuir e não conseguir se desfazer de nada.

Na ansia de entender esse momento desapegado, menos materialista e simples, andei pesquisando na internet sobre o assunto e percebi que há todo um movimento contrário ao rumo que o mundo está indo: muita gente, mas muita mesmo, anda buscando resgatar a simplicidade, possuir somente o necessário, não acumular nada desde objetos, sentimentos, pessoas, dinheiro… E fiquei muito feliz em saber que não era a única a se incomodar tanto com os excessos. E a certeza de que estou realmente mudando me veio ontem. Estava remexendo minha sapateira e vi que tenho sapatos pra vida toda. Ate eu morrer, lá bem velhinha se Deus quiser, não precisarei comprar nenhum sapato se me dispuser a andar de salto quando as sapatilhas darem o ultimo suspiro.

Pra confirmar que estava curada fui dar uma olhada no site da Arezzo que é minha marca de sapatos favorita. Nada nada nada me apeteceu. Nada! Achei tudo mais do mesmo, vi que “reeditaram” vários modelos (na verdade não devem ter sido vendidos antes e voltaram pra loja nessa coleção) e pensei: salto por salto tenho um monte. Não gosto de coloridos, os meus são mais bonitos por que são beginhos do jeito que gosto e fim. Na hora que fui ver as bolsas, o mesmo sentimento. Já tenho o suficiente. Viva!! Passei no teste.

Uma parte bem crítica nessa minha caminhada será o de deixar meu armário mais modesto. Acontece que não estou conseguindo doar o tanto que poderia. Na hora de tirar as coisas de lá eu sempre penso que um dia vou precisar delas. Eu sei que todo acumulador pensa assim e passa ano entra ano a gente acaba não usando nada. Nesse quesito vou precisar de mais ajuda e coragem. E já sei onde buscar! Vou conseguir. Vou dando pequenos passos, mas tirando o que não preciso ou quero ter até conseguir deixá-lo mais simples e usável com as peças que realmente vão me vestir de forma adequada pra minha idade e momento de vida.

Sobre as mudanças no apartamento já colhi frutos ontem. O tempo que gastava arrumando caiu em duas horas e isso é muito significativo pra mim, pois consegui até tirar um cochilo à tarde. Foi muito bom!!

Estou nesse de querer ter tempo de não fazer nada, de ficar a toa jogando no celular ou vendo TV agarradinha com meu marido, filho e minhas cachorras… E só diminuindo a quantidade de trabalho, não deixando nada pra fazer depois é que torna isso possível. Vou me organizar com a arrumação da casa durante a semana pra ficar o mínimo de coisas pra fazer no sábado. Conto isso no próximo post.

Bom restinho de domingo pra todos. Eu estou indo pra cozinha preparar o almoço dos meus amores!! E feliz demais comigo mesma! Beijos!

 Mudanças acontecem ou são planejadas. Ou planejar e deixar acontecer. A espera vem acompanhada de angústia. Aquela sensação de inseguraça, do perdido, do desconhecido. Como andar sem saber onde estar pisando. Olhos vendados, sentidos aguçados. Sinta. Mudança é um desafio que assume. Um desafio que se corre atrás. Um desafio que depende de você. Um dos maiores desafios dentro do desafio da mudança é decidir o que deixar pra trás. É preciso não ocupar todo o espaço com o já existente, deixar brechas para o novo, a serem preenchidas pelo acaso. Entretanto, como deixar para trás aquilo que é tão forte, tão resistente? Exercício de desapego. Não ocupar lugar novo com coisa velha. Se não, é faz de conta, mudança aparente. Fazer as malas com coragem e discernimento. Muito trabalho. Abandonar o antigo, preparar o novo. Vencer o medo. Vencer a insegurança. Vencer a razão. Vencer o coração. Vencer o sentimento. Vencer você. Ou perder para ser feliz. Mudanças acontecem!

CAMINHO REVERSO

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Quando me casei, lá em 1998, morei por 4 meses na casa dos meus pais. Vivemos esse tempo no meu quarto que era minusculo. Mas sabe como é que é, né? Casal apaixonado, recém casado nem pensa em nada a não ser namorar namorar e namorar. E pra isto basta uma cama. =) Nós ficamos esse tempo alojados por lá por falta de grana, uma vez que meu marido tinha comprado a casa que sua mãe tanto sonhara e precisava. Não sobrou nada pra gente, mas a carinha de felicidade e alívio dele por deixar a mãe em um bom lugar fazia com eu nem me lembrasse que nós não tínhamos uma casinha.

Dai chegou o mês de abril e com ele a renovação de contrato. Com isso pudemos alugar um apartamento, comprar móveis e enfim ter nosso tão sonhado cantinho. Alugamos um apartamento enorme com três quartos, sala, copa, cozinha, suite e por ai vai. E aquilo pra mim era perfeito. Um lugar com bastante espaço e conforto e eu fui bem feliz por lá. Mas ainda não estava bom. Queríamos uma cobertura. E compramos a tão sonhada cobertura. Era uma apê bem grande com uma área externa muito boa, churrasqueira e até banheira tinha. Eu me mudei pra lá grávida e algum tempo depois perdi o bebê. Aquele espaço todo perdeu a graça de uma hora pra outra e quando a tristeza começava a machucar mais forte por conta do aborto recebo a linda noticia de que estava esperando outro neném. A alegria me alcançou e dai tudo na minha vida girava em torno de decorar o quarto do bebê, mudar algumas coisas no apartamento pra receber com segurança aquela vida tão sonhada, desejada e amada que estava chegando.

Meu filho nasceu e passamos mais nove meses nesse apartamento… Estranho que quando penso nele não consigo achar muitas lembranças. Ele não me marcou muito. Em janeiro de 2001 fomos morar em Porto Alegre. Nosso cantinho nessa cidade tinha apenas 2 quartos, mas era enorme. Super confortável, bem decorado, prédio com área de lazer, elevador e porteiro… E eu fui muito feliz por lá. Ao voltarmos para BH decidimos nos mudar novamente para um local que tivesse elevador, pois com filho pequeno tudo era mais difícil (bolsa, carrinho e afins mais o filho no colo subindo escadas? Não combina muito!). Acabamos nos mudando para outra cobertura nova, bem maior, com elevador como queríamos. A partir dai minha ficha caiu sobre morar em espaços muito amplos.

Eu simplesmente não dava conta de limpar. A area externa, onde tinha a sauna, churrasqueira e ducha vivia suja. Nós raramente íamos lá fora, quase nunca recebíamos visita e eu percebi que aquilo tudo me fazia mais triste do que alegre. Nesse momento eu decidi que queria morar em um lugar menor, com apenas um piso e que eu não morresse de cansaço depois de limpar. Troquei de apartamento com minha vizinha. Ela subiu e eu desci e isso foi a melhor coisa que já fiz por mim. Durante muito tempo e com a ajuda de faxineiras eu fui dando conta de manter organizado e limpo. Tipo sair de um lugar com 220 m² pra um de 125 era a glória. Entretanto há uns dois anos eu fiquei sem ajudante…

Quando me vi tendo que cuidar de tudo sozinha (marido cuida de tudo durante a semana e eu faxino no sábado) pensei que ainda era exagero morar em um lugar daquele tamanho. Moro com marido e um filho de 13 anos que quase não ficam em casa. Eu passo 13 horas por dia no trabalho. Nossa casa é praticamente um dormitório, mas bagunça demais. Pega poeira em excesso por conta das construções que existem em grande número aqui na região. Na verdade tudo suja tanto por que só é realmente limpo uma vez por semana. E isso é o máximo que consigo.

De uns meses pra cá, analisando isso tudo, comecei a desejar me mudar pra um lugar menor. Tipo com, no máximo, 70m² com dois quartos. Quase a metade do meu… Creio que para tres pessoas é o tamanho ideal. No começo o desejo principal era o de ter mais tempo de lazer e gastar menos com a arrumação, mas hoje tem mais coisa misturada.

Na carona desse desejo de morar bem em um espaço pequeno outros sentimentos começaram a surgir. Um desapego, uma ojeriza do acumulo de coisas e uma vontade de ter o minimo necessário. A sensação de colocar isso em prática me dá tanto prazer que me pergunto por que não fiz isso por mim antes. Quanto teria economizado em vida!? Muito!!

Vou começar a escrever sobre esse novo momento que tem me feito tão feliz. Faço planos de terminar 2014 morando na minha “casinha de bonecas”. Registrar essa caminhada vai me fazer bem e ajudar a ter paciência para esperar o meu momento de ser feliz vivendo de verdade uma simplicidade necessária.

Lutas Diárias

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Ontem tive que ir à Caixa e o atendimento foi mais rápido que esperava e por isso fiquei uns vinte minutos lá dentro.  Entediada que estava por um tempo me peguei observando as pessoas enquanto esperava meu marido me buscar. Tinha um rapazinho lá dentro que aparentava ter uns 13 anos vestido de forma bem simples com o cabelinho todo bagunçado todo desconcertado esperando um homem que parecia ser seu pai. Fiquei parada lá observando os dois. O pai terminou o atendimento no caixa eletrônico e foram os dois pro lado de fora do banco e subiram numa moto. Conversavam apontando as outras motos que estavam do lado e depois seguiram viagem. Esse pouco tempo em que aconteceu essa ação corriqueira e banal me fez refletir tanto!

Fiquei pensando nas minhas lutas diárias, nas coisas que ando valorizando,  nos combates que travo. Não estou gostando da minha falsa humildade, das minhas preocupações. Ando muito preocupada com coisas que me envergonho dizer.

Estou descobrindo sentimentos em mim que achava não existir. Mas existem. Ha muito coloquei em mim uma capa de fortaleza e me escondia atrás dela. Mas agora cansei. Fisica,  sentimental e moralmente. Cansei! Mas como posso me cansar com tanto pra mudar,  tanto pra transformar? Parece que tudo que escondi de mim mesma com medo de encarar resolveu me assombrar agora.

Fiquei pensando também no meu medo de morrer e deixar meu filho sem mãe e nesse medo eu só consigo pensar em deixá-lo com algum dinheiro como se assim ele ficasse bem. Entretanto eu me recordo de tudo que aprendi com a Doutrina Espírita e me convenço que ele ficaria bem se tivesse uma base moral sólida e se fosse preparado pra se virar sozinho como eu fui. Por que,  Meu Deus, não consigo fazer com ele como meus pais fizeram comigo? Porque tanto apego,  tanta proteção? O que há comigo afinal de contas? Medo. Isso. Medo.

Não me achava medrosa.  Mas sou. Tenho medos tão tolos que tenho até vergonha de dize-los. E coragens absurdas que poucos acreditariam. Sei que todas essas análises pessoais fazem parte do crescer. Fazem parte da reforma íntima tão pregada pelo Espiritismo.  Faz parte da depuração do espírito. Mas é tão dolorosa! Remexer o íntimo,  cutucar feridas que não cicatrizaram é difícil…

Mas não há volta. Não quero colocar minha capa de força novamente. Quero seguir depurando essa dor que chegou. Estou me refugiando na oração,  resignada e com muita fé em Deus,  em mim e na ajuda da Espiritualidade Amiga. Se só agora consegui me encarar no espelho é porque só agora estou forte o bastante pra dar conta da mudança.

No fim a história que contei lá em cima não tinha relação direta com minhas reflexões, mas será que não mesmo? Nada é por acaso nessa vida e se me chamou a atenção é por que ativou uma área da minha memória importante. Vai saber, né?

Que Deus abençoe esse menino e seu pai por terem despertado em mim tantos pensamentos de mudança!